domingo, 12 de julho de 2009

Mais uma Triste perda: Adeus Pit !

Este é o Pit, ele foi mais uma vítima recente desta doença terrível que vem aumentando em Fortaleza, "O Calazar(Leishmaniose Visceral Canina - LVC)". Pit, era um pit bull, muito carinhoso e brincalhão, ao contrário do que todos pesam dessa raça ele não era agressivo era um doce.
O nosso governo tem que tomar medidas preventivas e de combate contra o mosquito Lutzomyia longipalpis, mas não só o governo ,nós também temos que fazer nossa parte de prevenção e combate, mantendo os ambientes de casa e fora dela limpos, pois o mosquito gosta de lugares sujos, não adianta o governo limpar as ruas, passar carros pulverizando veneno, se nós continuamos sujando e colocando a culpa só no governo, nós também temos nossa parcela de culpa e não é pequena.
Os cães não são culpados da doença, esta é proveniente do mosquito, ele pica um animal sadio que fica doente e também pode picar um doente e depois um sadio ou uma pessoa e esses ficarem doentes, mas prestem atenção, não surgiu primeiro o cachorro doente e um mosquito sadio, saibam disso foi um mosquito que já carregava esta doença e picou um cachorro sadio e depois mais outros e pessoas também.
Gente, vamos tomar consciência e sermos mais educados e limpos para manter-mos nossas casas e ruas limpas e assim aos poucos vamos eliminando essa praga das nossas vidas.
Pit todos nós te amamos e sentimos sua falta lindo do nosso coração.
Agradeço a atenção de todos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

História D'um Cão - por Luis Guimarães















"Eu tive um cão. Chamava-se Veludo;
Magro, asqueroso, revoltante, imundo;
Para dizer numa palavra tudo
Foi o mais feio cão que houve no mundo.

Recebi-o das mãos d'um camarada
Na hora da partida. O cão gemendo
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.

O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o... o sol nas ondas se abismava...
"Adeus" - me disse -, e ao afagar Veludo
Nos olhos seus o pranto borbulhava.

"Trata-o bem. Verás como rasteiro
Te indicará os mais sutis perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos."

Veludo a custo habituou-se à vida
Que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa pálpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.

Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitando
A sua cauda - caminhava errante
À luz da lua - tristemente uivando.

Toussenel, Figuier e a lista imensa
Dos modernos zoológicos doutores
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.

Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! Era um artigo

Contendo a narração miúda e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Notícias do Brasil e de la Plata
Falava em rios, árvores gigantes:

Gabava o "steamer" que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais - todas francesas.

Assombrava-se muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso duma passageira...
Mil cousas mais de que me não recordo.

Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota bene do melhor cursivo
Recomendava o pobre Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.

Enquanto eu lia, o cão tranqüilo e atento
Me contemplava, e - creia que é verdade -
Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.

Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso
Movendo a cauda - e adormeceu contente
Farto d'um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre daquele companheiro;
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d'um velho carvoeiro.

E respirei! "Graças a Deus! já posso"
Dizia eu " viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A bicho vil, a um feio cão imundo."

Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca cismadora.

Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo,
Senti que à minha porta alguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.

Saltou-me as mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda casa satisfeito;
E - de cansado - foi rolar dormindo
Como uma pedra, junto do meu leito.

Praguejei furioso. Era execrável
Suportar esse hóspede inoportuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno

E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo:
Para livrar-me desse cão leproso
Havia um meio só: era matá-lo.

Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante a instante ia o tufão crescendo.

Chamei Veludo; ele seguiu-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
e a chuva meus cabelos fustigava.

Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei num remo - e com furor remamos.

Veludo à proa olhava-me choroso
Como o cordeiro no final momento.
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim deste animal nojento.

No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremessei-o às ondas de repente ...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.

Voltei a terra, - entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão, profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas moribundo.

Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei - oh grande dor! - haver perdido
Uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: eu tinha-o unido

Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato,
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.

Certo caíra além no mar profundo,
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah! se Veludo

Duas vidas tivera - duas vidas
eu arrancara àquela besta morta
E àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto sentir uivar à minha porta.

Corri - abri ... Era Veludo! Arfava:
Estendeu - se a meus pés, - e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.

Fora crível, oh Deus? - Ajoelhado
Junto do cão - estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto."

"...Dificilmente a fidelidade, humildade e perdão, virtudes aqui atribuídas aos cães e tão deslembradas entre muitos homens, encontrarão paralelo narrativo como este.
Sensibilizados pelo poema, seguramente, isso muito influenciou nossa postura para com os animais, desde então."
Texto retirado do livro Animais Nossos Irmãos de Eurípedes Kühl.

Ainda hoje muitos animais sofrem com maus tratos, tanto de seus donos como de outras pessoas. Não vamos tratar mal a quem nos quer bem e só precisam de nossa atenção e carinho. Como queremos ser chamados de Humanos se não há humanidade nos atos cruéis que praticamos para com os animais e extendendo-se até a nós mesmos. Muitas vezes agimos como seres irracionais, com brutalidade tal, que podemos dizer Não-Humana.

sábado, 28 de março de 2009

Inesperado



A vida nos reserva muitas, mais muitas surpresas. Não adianta dizer que não quer mais(o que quer que você não queira), se a vida quiser você acaba recebendo mesmo sem querer.
Ao perder minha última filhote(era assim como eu sentia a minha Pinscher de 7 anos e meio), disse que não olharia mais para nenhum outro bichinho.
A vida aprontou uma comigo e colocou bem diante do carro que dirigia o Dingo, um pequeno miau que procurava por um dono, alguém que o quisesse depois de vê-lo sofrendo atrás de todos que passavam.
Bem, parei o carro e perguntei a pessoa que ele seguia: - É da Senhora?
Ela respondeu: - Não, você pode levar.
Como resistir a um pequeno filhote aflito por carinho e colo.
Hoje ele está na casa da Neide, uma pessoa que sei que dará toda a atenção e carinho que precisa.
Obrigada!